segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rodrigo Cunha

Autorretrato, acrílica sobre tela, s/d

Desde o final da década de 90, eu acompanho a obra do pintor Rodrigo Cunha, desde seus trabalhos expostos nas Anuais da FAAP (em 1998 e 1999) e suas individuais na Galeria Thomas Cohn (em 2000, 2001 e 2003). Trata-se de um pintor estupendo, de temperamento quixotesco, totalmente comprometido com a pintura - em seus moldes mais clássicos.

Sem título, acrílica sobre tela, s/d
Sem título, acrílica sobre tela, s/d

Nascido em Niterói, RJ, em 1976, Rodrigo cedo começou a desenhar. Ao ganhar do pai um estojo de pintura, descobriu uma paixão e algo que desejava fazer pelo resto da vida. Radicado em São Paulo desde 1993, ele foi reconhecido tão logo terminou seus estudos, mas sempre foi, de certa forma, um solitário. Numa época em que a pintura estava em baixa e os artistas abraçavam os novos suportes e as novas tecnologias com voracidade, Rodrigo era considerado, por muitos de seus pares, um purista. A recíproca era verdadeira - Rodrigo sempre desprezou as novidades da arte contemporânea.

Sem título, acrílica sobre tela, s/d
Jogadores de Carta, acrílica sobre tela, 161x140cm, s/d

Sua integridade - ou seu radicalismo, segundo alguns - se manifesta até mesmo no âmbito da pintura: Rodrigo só acredita em pintura feita a partir da observação da realidade, com modelos vivos. Aí já temos excluída boa parte da pintura contemporânea, em grande parte dependente da fotografia, por escolha ou por praticidade. De fato, com pintor, posso atestar a dificuldade e o desafio que é pintar a partir de modelos vivos. Mas Rodrigo não está sozinho, absolutamente, e posso citar dois grande artistas contemporâneos que estão entre os meus favoritos e só pintam dessa forma: o recém-falecido Lucian Freud e o chinês Liu Xiaodong.

Sem título, acrílica sobre tela s/d
Sem título, acrílica sobre tela, s/d

Em 2009, Rodrigo Cunha ganhou o pretigioso Prêmio Fundação Bunge, ano em que fez também uma exposição individual na Galeria Baró Cruz. Atualmente ele é representado pela Galeria de Arte André, onde participou de mostra coletiva este ano.

Autorretrato, acrílica sobre tela, s/d

Entre seus ídolos maiores, Rodrigo lista Rembrandt e Van Gogh. Sobre o primeiro, ele comenta: "A pintura é a minha religião. Eu acredito no Belo. Quando eu vejo um Rembrandt, eu penso: isso é belo. É belo de verdade. Eu me emociono". De minha parte, sempre que eu me vi diante de uma pintura de Rodrigo Cunha, senti algo parecido.

Rodrigo Cunha

2 comentários:

  1. Olá Marcelo, tudo bem? Sou colecionador carioca e comprei há anos um painel gigante com um auto-retrato do Rorigo Cunha (180 de largura por 750 cm de altura) . O trabalho foi comprado com meu amigo Thomas Cohn e tive de construir um espaço em minha nova casa para abrigar o trabalho. Perdi o contato com o artista , cujo trabalho aprecio muitíssimo, e gostaria de acompanhar a produção atual, para adquirir eventualmente novas obras. Ele não está mais na Galeria André e não consegui mais localiza-lo. Conto, se possível, com a sua ajuda. Meu e-mail é eduardo@ema-arq.com.br. Grande abraço, Eduardo Mondolfo

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  2. Olá, Eduardo. Faz tempo que não tenho contato com o Rodrigo Cunha, mas eu o descobri recentemente no Instagram (como "rodrigocunha482"). Eu já enviei uma mensagem para ele por lá, e passei o seu e-mail. Espero que ele responda. Um grande abraço, Marcelo

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