quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Gregory Crewdson


Veja a foto acima. Ela parece um still de um filme - nela, vemos um homem (um personagem?) à chuva, a porta do carro entreaberta, a sua maleta no chão. Podemos apenas imaginar o que o levou a quedar-se dessa forma, no meio da rua. O carro não foi estacionado cuidadosamente - antes foi abandonado, enviesado, próximo ao meio-fio. Nada sabemos sobre esse homem, mas podemos imaginar muitas coisas, e é exatamente isso que deseja o autor da foto, o norte-americano Gregory Crewdson.


Crewdson nasceu 1962 em Nova York, onde continua a morar e trabalhar. Quando ele tinha dez anos de idade, seu pai, que era psicanalista, o levou para ver uma exposição de Diane Arbus no MoMA, experiência que mais tarde o levaria a abraçar a fotografia - não sem antes tocar na banda punk nova-iorquina The Speedies, ainda adolescente.


Suas fotografias exigem uma produção digna de cinema, com dezenas de pessoas envolvidas e, obviamente, orçamentos altíssimos. A influência do cinema é confessa, e ele cita filmes de Alfred Hitchcock, David Lynch e Steven Spielberg; na pintura, não há como negar a marca de Edward Hopper - embora acrescido de dramaticidade.



Apesar disso, Crewdson reconhece o limite da fotografia em termos de narrativa - pois se trata de "uma imagem congelada no tempo, sem antes nem depois". Segundo o texto de apresentação no site de sua galeria, a White Cube, o talento de Crewdson está em transformar essa limitação numa força única.




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