domingo, 18 de dezembro de 2011

Terry Rodgers

His Collection, óleo sobre tela, 137x203cm, 1994

O quadro acima, pintado pelo norte-americano Terry Rodgers em 1994, possui certo parentesco com a obra de um dos maiores pintores vivos, seu compatriota Eric Fischl (já postado aqui). Seu tema era similar: o alheamento e a futilidade da alta classe dos EUA, a tensão sexual, o alcoolismo, cenas de nudez e de praias.

The Watchman, óleo sobre tela, 97x137cm, 1998
Between Acts, óleo sobre tela, 137x213cm, 2000

Por vezes, Rodgers tomava emprestado temas do cinema, e construía cenas bizarras como as duas pinturas acima. A partir de 2003, no entanto, Rodgers começou a pintar modelos masculinos e femininos nus ou em roupas íntimas, em festas regadas a uísque, champanhe e outros aditivos, em ambientes suntuosos. É um voyeurismo um tanto desconcertante, porque esse tema domina sua obra completamente até hoje, numa infindável festa, com pequenas variações.

The Axis of Love, óleo sobre tela, 157x173cm, 2007
Sacrificial Penumbra, óleo sobre tela, 183x290cm, 2010

Se há uma crítica subjacente nessas imagens, ela se dilui no fato de que Rodgers claramente aprecia modelos nuas e bêbadas - e ninguém há de culpá-lo por isso. Mas, assim como todo vício tem suas consequências, a arte de Rodgers sofreu com a transição: ele perdeu sua capacidade de evocar imagens e situações interessantes e apenas se repete, ano após ano, num festa interminável cuja ressaca já se faz sentir. Seu estilo também não amadureceu: ao invés de adquirir uma liberdade e uma fluidez maiores na pincelada, tal qual Fischl, Rodgers foi ficando cada vez mais travado, e o resultado é um hiper-realismo afetado e maneirista.

Transparency of Venus, óleo sobre tela, 183x272cm, 2011
Sammy, óleo sobre tela, 137x170cm, 1997

Eu prefiro o artista de anos anteriores. Terry Rodgers tem 64 anos e aparentemente está ganhando um bom dinheiro com essa telas imensas. Infelizmente, desaprendeu com o tempo, que ao invés de sabedoria lhe trouxe a inconsequência de um adolescente deslumbrado com modelos entediadas e vazias.




Terry Rodgers em seu ateliê




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